Traduzir - Translate

sábado, 30 de março de 2013


O Evento mais importante da história


Ao longo de toda a história da humanidade vimos inúmeros personagens que se destacaram, quer por suas façanhas ou por seu modo de pensar. Na antiguidade podemos citar os grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, em que a busca do conhecimento motivou respostas às questões mais importantes que preocupam o ser humano atualmente, tornando-se o berço de teses e livros estudados até os dias de hoje.

Temos também os grandes generais e líderes militares, desde Alexandre da Macedônia, até Napoleão Bonaparte, cujas batalhas alteraram a geopolítica e disseminaram mudanças na cultura e costumes dos povos. Há cientistas, como Pitágoras, o criador do teorema matemático que leva seu nome e tanto incomoda os estudantes nas escolas (risos). Assim como Newton, sem o qual a física não teria se desenvolvido até que Albert Einstein pudesse desenvolver a fórmula de mexeu com a estrutura da matéria (E=M.C²), explicando os mistérios do espaço-tempo.

Além destes, a história também registrou grandes líderes religiosos, desde Confúcio na China de antes de Cristo, ou de Siddhartha Gautama, também conhecido como Buda, na região do Nepal. E Muhammad, ou Maomé, profeta sagrado para os Muçulmanos. Todos esses homens atraíram milhões de pessoas pelos seus ensinamentos e doutrinas, além de livros e dogmas que hoje servem de inspiração e orientação as suas religiões. Enfim, podemos afirmar seguramente que a história da humanidade é tão rica pelos feitos e realizações de seus ícones, que seria uma afronta dizer que poderíamos resumí-la nessas poucas linhas desse texto.

Entretanto, um fato comum compreende todos esses personagens históricos. Algo do qual nenhum deles, por mais brilhante, rico ou sábio que tenha sido pôde evitar. A MORTE.

A morte como a conhecemos não possui uma justificativa, uma razão para acometer os homens. Sua ocorrência se dá independente das condições ou qualidades de quem morre. Mas sabemos que sua origem deu-se pelo erro e pecado de um homem. Assim nos confirma as Escrituras Sagradas:

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Romanos, cap.5, vers.12).

Sabemos, portanto, que um dia todos irão se defrontar com esse dilema, de que um dia morrerão. E com a morte cessam todos os sonhos, as novidades e as possibilidades em compartilhar algo de bom. Pois como dizia Salomão “...porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.(Eclesiastes, cap. 9, ver.10).

Mas houve um ser humano, em toda a história, que contrariou essa perspectiva. Sua vinda a esse mundo foi justamente com o propósito em reverter essa triste realidade que até hoje nos aprisiona e assola. Seu ato em entregar-se voluntariamente para remir os pecados da humanidade foi o inicio de um novo tempo. Por isso chamamos sua mensagem de Evangelho, que em grego falado na época (ευαγγέλιον), euangelion, significa boas-novas. Seu nome é Jesus Cristo. JESUS é a representação viva da Páscoa, ou do Pessach Judaico, quando os judeus para se protegerem da terrível praga da matança dos primogênitos egípcios foram orientados a imolar um cordeiro, sem defeitos, e seu sangue deveria ser aspergido e passado nos umbrais e nas vergas das portas das casas dos filhos de Israel. (Exodo, cap. 12, vers. 1 a 14). Assim foi todo o povo de Deus protegido da morte e liberto do jugo da escravidão do Egito.

Foi por essa razão que Jesus Cristo, tornou-se o Cordeiro Pascoal, a fim de nos resgatar da morte e do jugo da escravidão do pecado. Mas um fato importante tornou esse acontecimento o evento mais importante da humanidade. Veja o que diz a Palavra de Deus:

E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas. Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram.”(Ev. de Marcos, cap. 16, vers. 1 a 6).

E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho.” (II Timóteo 1:10).

Isso mesmo! JESUS RESSUCITOU!! Esse acontecimento tornou-se o mais importante fato para a humanidade, pois apesar da história ser tão cheia de ícones, heróis e outros personagens famosos, todos eles morreram. Mas Jesus ressuscitou! E com ele a esperança de uma vida eterna com Ele. Veja só!

Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” (I Coríntios, cap.15, vers. 52 a 57).

  “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Ev. João, cap. 3, vers. 16 e 17).

Por isso comemoramos a Páscoa! Porque Jesus Ressuscitou e nos reconciliou com Deus, dando-nos a oportunidade da salvação e da vida eterna ao Seu lado.

Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. (Hebreus, cap. 10, vers. 16 a 18).

Que você possa reconhecer a importância desse sacrifício de Jesus Cristo para a sua vida. Que você possa reconhecê-lo e aceitá-lo como seu único e suficiente salvador. Tornando esse dia o mais importante evento de Sua História!

Uma feliz Páscoa! Que Deus te abençoe!!


sábado, 23 de março de 2013


       Aprender a Servir


Nos tempos de Jesus a sociedade podia ser dividida em diversas categorias. Havia os reis e imperadores, dentre eles os maiores da época, Cesar Augusto e depois Tibério Cesar, além da dinastia Herodiana na região da Palestina do século I. Havia os militares e soldados, os quais mantinham o domínio do império romano sob a maior parte Europa, além da Ásia menor e parte da África. Havia os sacerdotes e religiosos da época, sendo o Sinédrio Judaico, composto pelos seus 71 membros e presidido pelo Sumo Sacerdote, o maior símbolo de seu poder político e religioso.

Também existiam as famílias nobres que descendiam dessas classes superiores, além dos escribas que eram prestigiados por registrar os acontecimentos nas cortes, auxiliando as autoridades. Havia os ricos comerciantes, que se beneficiavam do comércio entre os territórios sob possessão romana. Abaixo dessas classes, a base da pirâmide social era composta por homens livres que tinham profissões, dos quais José, pai adotivo de Nosso Senhor era um representante como carpinteiro (Ev.Mateus,cap.13, vers. 55). Finalizando com os chamados ‘jornaleiros’ (Levítico, cap.25, vers.40 e Ev.Lucas,cap.15,vers.19), os quais eram pagos pela sua jornada diária de trabalho (Ev. Mateus, cap.20, vers.2). E, em último lugar, como parte da sociedade estavam os escravos e servos.

Mas mesmo entre essa última categoria havia distinções, pois os servos e escravos eram diferenciados de acordo com seus trabalhos em favor de seus senhores. Existiam aqueles que serviam seus senhores auxiliando na administração e no comércio (Ev.Mateus,cap.25:14). Havia aqueles que trabalhavam no campo e nos cuidados com os animais (Ev.Lucas, cap.17, vers.7). E, por último, havia os escravos domésticos que cuidavam da casa e da própria higiene de seus senhores (I Samuel, cap.25, vers.41).

Entretanto, conforme a Lei de Moisés determinava, o povo de Israel não possuía o costume em tomar escravos dentre os seus concidadãos (Levítico, cap.25, vers.39 e 42). Mas as famílias ricas da época e muitos membros proeminentes da sociedade tinham servos e escravos domésticos. Sendo que estes, ao receberem os seus senhores ou visitantes nas suas casas, tinham a obrigação de recebê-los e tirar-lhes as sandálias, lavando-lhes seus pés. Tornando-os assim limpos para adentrarem à casa e depois cearem com seus anfitriões. A tarefa desses escravos podia ser considerada um trabalho humilhante pois, na antiguidade, em razão do uso de sandálias rústicas, os pés eram a partes do corpo mais expostas a poeiras, ao barro e outro tipos de sujeiras que impregnavam os pés dos transeuntes. Por isso João Batista referiu-se a Jesus, dizendo de sua condição em relação a Cristo que: “Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas sandálias.”(Ev.Marcos, cap.1º, vers.7). Mas o ato de lavar os pés era também era uma regra especial de hospitalidade, veja:

E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore. E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos.” (Gênesis, cap.18, vers. 3 a 6).

E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça, e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento. Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora...

...E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas  esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés.” (Ev. Lucas, cap. 7, vers. 37 a 39 e 44 a 45).

Nesse contexto histórico, vemos que Jesus aproveitou a realidade sociocultural da época para nos dar uma das mais belas lições de humildade e importância do trabalho cristão. Veja o que aconteceu entre ele e os seus discípulos.

Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.” (Ev. João, cap. 13, vers. 3 a 7).

Note que Jesus, mesmo “sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus”. Ou melhor, que Jesus pertencia a mais alta classe e posição, sendo o mais rico e nobre que qualquer outra condição social podia lhe conferir, resolveu levantar-se e fazer-se de escravo, lavando-lhes os pés de seus discípulos. Depois, mesmo sendo interpelado por Pedro, Ele continuou esclarecendo após a real importância de seu gesto.

Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu Senhor e Mestre vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (Ev. João, cap.13, ver.12 a 17).

Somos impulsionados nos dias de hoje a almejarmos cada vez mais reconhecimento e notoriedade. Muitos gastam seus recursos buscando se autopromover ou até mesmo alcançar o status de celebridade. Porém Jesus nos ensina que a verdadeira forma de servirmos a Ele é transformando-nos também em servos uns dos outros. Observe que Cristo, sendo o próprio Deus, sujeitou-se a posição de um escravo doméstico. Isso com o intuito de nos dar o exemplo. Veja o que o Apóstolo Paulo fala sobre isso:

Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruzPor isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses, cap. 2, vers. 2 a 11).

Vemos, portanto, que a verdadeira forma de sermos úteis ao Senhor é fazendo-nos servos de Deus em favor de nossos irmãos. Não por vanglória ou falsa piedade mas por amor, seguindo o exemplo de Cristo para as nossas vidas, lembrando:

Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.” (Ev. Lucas, cap. 22 vers. 26).

Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”(Ev.Lucas,cap.14 vers.11).

Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte. Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (I Pedro, cap. 5, vers. 6 e 7).

Que possamos viver como servos de Deus em favor de nossos irmãos, ‘lavando-lhes os pés’, abençoando-os por amor a Cristo.

Que Deus os abençoe grandemente.




_______________________________________________
Fontes:
- Todas as referências bíblicas citadas nesse texto foram extraídas da Bíblia Sagrada, versão ALMEIDA Corrigida e Revisada, SBB.
- Flávio Josefo, História dos Hebreus, Editora CPAD.
- Grandes Civilizações do Passado, Vols. III, VI e VIII, Editora Folio.
- Artigo: A Palestina do Século I, por Prof. Dra. Andreia Cristina Lopes Frasão da Silva.

sábado, 16 de março de 2013


Como reconhecer Deus


Você alguma vez já passou pela experiência de estar em um lugar, ao lado de um amigo ou conhecido, mas não reconhecê-lo no primeiro momento? Pessoalmente, pela minha distração ou correria já vivenciei essa experiência mais de uma vez. Confesso que é constrangedor, mas o tipo de vida em que vivemos atualmente nos coloca as vezes nessa situação.

Hoje em dia somos impulsionados a viver em um ritmo acelerado. Nossa rotina está atrelada a compromissos de tal forma que é impossível viver sem estarmos presos a um relógio. Nos sentimos angustiados no trânsito, sempre com pressa. Somos diariamente “bombardeados” com propagandas, notícias em tempo real, e-mails e contatos virtuais. Estamos cada dia mais nos tornando individualistas e preocupados apenas com nossas próprias necessidades. Acabamos prisioneiros da tecnologia. Podemos ter o carro mais potente, o computador mais rápido, a casa mais confortável, contudo estamos ficando mais solitários e egoístas.

Mas, nessa situação em que somos obrigados a viver podemos nos perguntar: Onde está Deus? Muitos cristãos queixam-se de não sentir mais a presença de Deus em suas vidas. Outros acabam se distanciado tanto da presença de Nosso Senhor que já não se preocupam mais em manter um contato ou comunhão diária com Ele.

Ao estudar as Escrituras Sagradas, há um relato de que nos dias de Jesus também houve pessoas que não o reconheceram apesar de estarem ao lado Dele. Isso mesmo! Pode parecer incrível, mas houve pessoas no passado que não reconheceram a Cristo, estando junto D’Ele. Uma delas se chamava Cléopas. Veja o que diz a Bíblia em seu evangelho de Lucas:

E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo JESUS se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem. E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando trocais entre vós, e por que estais tristes? E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram.” (Ev. Lucas, cap. 24, vers. 13 a 20)[1].


Vemos que Cléopas não reconheceu Jesus, mesmo tendo caminhado junto com Ele na estrada que os conduzia para Emaús. Porém, a Bíblia diz que ele e seu companheiro estavam com seus olhos “como que fechados para que o não conhecessem”. Ou seja, eles estavam “entorpecidos” pelos acontecimentos que os envolveram dias antes, quando Jesus foi preso, torturado, julgado injustamente e morto. Estes fatos haviam lhes tomado totalmente a suas atenções de maneira que não conseguiram entender e enxergar o novo. Foi necessário que o próprio Jesus, mesmo sem ser reconhecido, tivesse de explicar o plano da salvação da humanidade. Veja só:

“E ele lhes disse: O néscios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” (Ev. Lucas, cap. 24, vers. 25 a 27).

Talvez hoje você se sinta envolvido em lutas, dificuldades e aflições de tal forma que não consiga reconhecer que Jesus está caminhando ao seu lado. Note que Jesus estava caminhando junto de Cléopas, mas todas aquelas notícias tristes lhe impediam de reconhecê-lo. Hoje sua atenção pode estar voltada para os problemas e as coisas tristes que estão lhe rodeando, mas lembre-se: JESUS É CHAMADO DE EMMANUEL. ELE É DEUS CONOSCO. ELE ESTÁ JUNTO DE VOCÊ!!

 A história do caminho de Emaús teve um final feliz, pois Cléopas e seu companheiro de viagem acabaram reconhecendo a Cristo. Mas a Bíblia nos ensina que isso ocorreu em um momento muito especial. Note o que diz a Palavra de Deus:

“E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu. E Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?  (Ev. Lucas, cap. 24, vers. 28 a 32).

Vejam que eles começaram a sentir seus corações arderem com presença de Jesus quando Ele lhes “...abria as Escrituras”. Sendo que, no momento em que oraram, dando graças ao alimento seus olhos se abriram e o reconheceram. Se você realmente deseja experimentar a presença de Deus em sua vida Ore e Leia a sua Palavra! A Bíblia é Deus falando com você. É isso que nos diz o Evangelho de João:

No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus.” (Ev. João, cap.1º, vers.1º).

Por muitas vezes em minha caminhada cristã passei por lutas e dificuldades. Em algumas ocasiões senti que minhas orações não estavam sendo ouvidas. Nessas horas de dificuldades e aflições a Palavra de Deus foi meu conforto e meu porto seguro, fazendo das minhas orações minha ferramenta para aproximar-me de Deus:

“Invoca-me no dia da angustia, eu te livrarei e tu me glorificarás.” (Salmos, cap. 50:15).

“No dia da minha angústia clamo a ti, porquanto me respondes.” (Salmos, cap. 86, vers. 7).

“Aflição e angústia se apoderam de mim, contudo os teus mandamentos são o meu prazer.” (Salmos, cap. 119, vers. 143).

Em algumas vezes somos condicionados a associar a presença de Deus em nossa vida às emoções. Vamos aos cultos e as reuniões nas igrejas e, se não nos comovermos ou chorarmos é porque não sentimos a presença de Deus. Realmente Deus nos toca e nos comove, mas Sua presença em nossa vida é um fato constante e independente de nossos sentimentos. O que vale dizer que, independente de suas emoções (alegria, tristeza, raiva, felicidade, angústia, prazer, etc.) Ele está ao seu lado, pronto em lhe ouvir e falar com você. Tenha seu foco e sua atenção em Cristo. Não permita que o mundo a sua volta lhe cegue a tal ponto em que você não consiga reconhecer Jesus caminhando ao seu lado. E lembre-se sempre da promessa que Ele nos fez em suas Escrituras:

“...e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Ev. Mateus, cap. 28, vers. 20).

Deus te abençoe!!





[1] Todas as referências bíblicas citadas nesse texto foram extraídas da versão, ALMEIDA Corrigida e Revisada, SBB.