A lição que aprendemos
das árvores
Em Israel todos os anos, entre os feriados e festividades
nacionais, comemora-se uma data importante no calendário judaico. É a festa do
ano novo das árvores, também chamada de Tu B’shvat[1]. Essa
festividade é baseada na tradição judaica em comparar os homens as árvores frutíferas,
à exemplo do registrado no livro de Deuteronômio, cap. 20, vers. 19, que diz: “Quando sitiarem uma cidade por um longo período,
lutando contra ela para conquistá-la, não destruam as árvores dessa cidade a
golpes de machado, pois vocês poderão comer as suas frutas. Não as derrubem.
Por acaso as árvores são gente, para que vocês as sitiem?”[2] Assim,
nessa data, é comum vermos crianças e adultos plantando árvores e lerem passagens
das Escrituras que falam das plantas, seus frutos e de suas ligações com os
seres humanos.
Na Bíblia, por diversas vezes, vemos a comparação entre as árvores
e o ser humano, ensinando-nos grandes lições sobre as bênçãos de Deus àqueles
que o servem e que Nele confiam (Jeremias, cap. 17, vers. 7 e 8, Salmos, cap.
1º, vers. 3 e cap. 128, vers. 3). Há também outras passagens que nos orientam
acerca da esperança (Provérbios, cap. 13, vers. 12), da prudência ao falarmos (Provérbios,
cap. 15, vers. 4) e de nossas obras (Ev. Mateus, cap. 17, vers. 17 e Ev. Lucas,
cap. 6, vers. 44).
Da mesma forma, as promessas dadas por Deus quanto ao seu povo,
acerca da salvação, cura e restauração também são comparadas as árvores (I
Crônicas, cap. 16, vers. 33; Isaías, cap. 55, vers. 12 e 13 e Ezequiel, cap.
34, vers. 27 e cap. 36, vers. 30).
Nos tempos de Jesus as árvores frutíferas eram passíveis da
cobrança de impostos pela sua produtividade e pelos seus frutos, sendo também
objeto de ofertas e dízimos, ordenados por Moisés desde a imposição da lei no
velho testamento (Exôdo, cap.34, vers. 26). Portanto, uma árvore sem frutos era
algo desagradável para seu dono, estando sujeita ao seu corte (Ev.Lucas, cap.13,vers. 6 e 7).
O próprio Senhor Jesus ao passar em frente a uma figueira, tendo fome,
buscando algum fruto para se alimentar, mas não encontrando, amaldiçoou aquela
árvore dizendo: “Nunca mais alguém coma fruto
de ti.” (Ev. Marcos, cap. 11, vers.
14). E dizem as Sagradas Escrituras que a figueira secou (Ev. Mateus, cap. 21,
vers. 19 e Ev. Marcos, cap. 11, vers. 20).
Podemos desse modo aprender com as árvores! Não
apenas pelos exemplos de confiança e fidelidade para com Deus, mas também em
sermos frutíferos, fazendo de nossa vida cristã uma experiência útil e
proveitosa em favor de nossos irmãos e do reino de Deus. Diz o Texto Sagrado
no Evangelho de João, cap. 15, vers. 1 a 8: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele
poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra
que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês.
Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês
também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu sou a
videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá
muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém
não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos
são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em
mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes
será concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito
fruto; e assim serão meus discípulos.”[3]
Que todos nós possamos produzir muitos frutos no
Senhor! Lembrando: “O fruto da retidão é árvore de vida, e aquele que
conquista almas é sábio.”(Provérbios, cap.11, vers.30).
Que Deus lhe abençoe grandemente!!
[1]
ט"ו בשבט –
Tu B’shvat – Significa o
décimo quinto dia do mês de Shvat (nome do quinto mês do
calendário civil e décimo primeiro do calendário religioso judaico. É um mês de
30 dias, ocorrendo entre os meses de janeiro e fevereiro. Nota do Autor.
[2]
Bíblia NVI – Nova versão internacional.
[3]
Bíblia NVI – Nova versão internacional.
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