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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A ATITUDE QUE MUDOU UM PAÍS

A ATITUDE QUE MUDOU UM PAÍS



Sempre ouvimos falar do perdão como um mandamento bíblico, um princípio que deve orientar a vida de qualquer cristão. Porém, na maioria das vezes desconhecemos a força e o impacto que essa atitude pode ter em nossa vida. Um grande exemplo que posso compartilhar com todos acerca da força que o perdão possui me leva ao ano de 2003, quando estive na África do Sul.

A África do Sul viveu por quase meio século um regime político cruel e discriminatório que entrou para a história como “Aparthaid”. Nesse regime a minoria da sociedade branca impunha um sistema de leis e restrições à maioria de cor negra. Eram comuns os protestos, assassinatos e violações aos direitos humanos contra os negros. Por conta desse sistema de governo a África do Sul foi por muito tempo excluída de competições e eventos internacionais.

A luta dos negros daquele país era representada por um líder, seu nome era Nelson Mandela, o qual ficou por 27 anos preso por pregar a igualdade entre brancos e negros. Sendo libertado somente em 1990 e tornando-se o primeiro presidente da era pós “Aparthaid” em 1994. Nessa época a África do Sul encontrava-se dividida pelo ódio racial e as grandes diferenças sociais existentes. Era grande o medo de uma divisão, ou até mesmo de uma guerra civil.

Ao assumir a presidência Mandela iniciou um movimento de reconciliação. Ele pedia que brancos e negros se perdoassem e reconciliassem. Essa mesma época coincidiu com a realização da copa do mundo de rúgbi, em 1995, e a seleção sulafricana, um time sem brilho e talento era um dos símbolos da opressão do “Aparthaid”. Foi nesse cenário desafiador e improvável que um país inteiro começou a transformar-se e a fraca seleção da África do Sul acabou sendo campeã mundial.

Essa história incrível acabou sendo retratada no livro: “Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation”, escrito pelo Jornalista Jonh Carlin. No Brasil esse livro foi intitulado: “Conquistando o Inimigo: Nelson Mandela e o Jogo que uniu a África do Sul”[1]. Em 2009 esse livro deu origem ao Filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood, com a participação dos atores Morgan Freeman e Matt Damon, que alcançou grande sucesso contando a história real dessa magnífica transformação.

Hoje a África do Sul é uma das cinco maiores economias em crescimento, fazendo parte juntamente com o Brasil do grupo dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Sendo a nação mais próspera do continente africano e tendo organizado a última Copa do Mundo Fifa em 2010.

Mas como um país, antes mergulhado em tamanha opressão, ódio e ressentimento pôde se recuperar a ponto de se tornar próspero e unido?

A Bíblia nos oferece algumas respostas:

Jesus, nosso Senhor e Salvador nos ensinou a importância de exercitarmos o perdão, conforme nos diz o Evangelho de Mateus:

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos. E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”(Ev. Mateus, cap.18, vers. 21 a 35).

Aprendemos que ao pedirmos ou liberarmos perdão alcançamos a benevolência e o favor de Deus. Com isso temos maiores chances e oportunidades em sermos abençoados. O Apostolo Paulo também nos ensinou a esse mesmo respeito.

Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Colossenses, cap.3, vers. 13 e 14).

O Apóstolo Pedro, também escreveu:

Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.” (I Pedro, cap. 4, vers.8)[2].

Vemos, também, que ao exercitarmos o perdão criamos as condições necessárias para cultivarmos o amor, sendo este um sentimento perfeito. E onde há perfeição, há benção! Essa é uma lição que pode ser aplicada a qualquer ser humano, a qualquer família, qualquer cidade ou qualquer país! Como vimos na história acima.

Por mais que nos seja difícil, ou por mais que o ressentimento ou o ódio pareça mais forte, o perdão alicerçado no amor é ainda mais poderoso! Pois em Cristo as coisas velhas podem ser renovadas, fazendo-se novas (II Coríntios, cap. 5, vers. 17 e 18).

Que o Senhor Jesus possa tocar em sua vida, dando-lhe a força e as condições necessárias para pedir perdão e também perdoar.  E você verá quão grande diferença isso fará em sua vida!

Que Deus te abençoe ricamente!




[1] Jonh Carlin - Conquistando o Inimigo: Nelson Mandela e o Jogo que uniu a África do Sul – Editora Sextante.
[2] Todas as referências bíblicas citadas nesse texto foram extraídas da versão, ALMEIDA, Corrigida e Revisada, SBB. 

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