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sexta-feira, 28 de outubro de 2011


DEUS E O HOMEM DA VOZ DE OURO

No começo desse ano vi uma reportagem noticiada em diversos canais de televisão e também pela internet acerca da história do “homem da voz de ouro”. Um título bastante curioso, porém, na realidade, essas reportagens traziam a história de um cidadão chamado Ted Williams, um morador de rua na cidade de Columbus, em Ohio, Estados Unidos. Ted vivia graças as esmolas que arrecadava em um cruzamento de ruas e dormia em uma barraca velha, improvisada num terreno baldio. A história de Ted Williams certamente mereceu toda essa atenção por aspectos simples, mas fundamentais que tocam a vida de todos diante das circunstâncias que nós podemos vivenciar em algum momento de nossa existência.
Ted possuía um dom. Ele tinha uma voz fenomenal, digna dos melhores locutores de rádio. Entretanto, mesmo tendo esse talento natural e já tendo alcançado um relativo sucesso como locutor, acabou sendo arrastado à ruína pelos vícios do álcool e das drogas, terminando por tornar-se um mendigo, carecedor da misericórdia alheia.
A bíblia nos ensina que Deus nos escolheu desde o principio para a salvação (2 Tessalonicenses 2:13), mas o inimigo da humanidade, o diabo, não veio senão para nos matar, roubar e nos destruir (João 10:10). Inúmeras vezes o ser humano seduzido pelo prazer fácil e efêmero das drogas, ou mesmo por outras formas de tentação, deixam-se cair e tornam-se escravas de seus próprios vícios e erros. Permitem que o adversário lhes roube sua paz, sua felicidade, sua liberdade e até mesmo seus talentos naturais e controle suas vidas.
Mas louvado seja o Senhor! Pois sustenta a todos os que caem e levanta a todos os abatidos (Salmos 145:14), tornando-se maravilhoso poder ver a confirmação dessas verdades. A história de Ted Williams não acabou como mendigo segurando uma placa pedindo esmolas num cruzamento de trânsito. Em uma das entrevistas que deu, após ser descoberto por um repórter, disse que nos momentos de maior desespero, pedia a Deus que permitisse que sua mãe estivesse viva por tempo suficiente para poder vê-lo se recuperar. E Deus não despreza um coração contrito e quebrantado (Salmos: 51:17). Deus não ignorou a sua oração.
Assim, a mãe de Ted Williams, já idosa e sem ter notícias do filho, ao ver a reportagem sobre o homem da voz de ouro, perguntando as pessoas de quem se tratava aquele mendigo que, da noite para o dia, tinha virado uma celebridade – É seu filho!! – disseram seus amigos a ela. Dias depois ela pode revê-lo em um reencontro emocionado, transmitido por uma grande rede de tv norte americana.
A história de Ted é realmente impressionante, não apenas pelo seu final, mas também por representar como Deus pode restaurar pessoas e situações aparentemente irrecuperáveis, dando-nos uma nova chance. Quantos homens e mulheres com vozes de ouro, mentes brilhantes e com os mais diversos talentos deixam-se levar por caminhos que ao final só trarão destruição e morte (Provérbios 14:12), esquecendo-se que Deus pode levantá-los e o que Ele mais deseja é que tenham uma vida plena e abundante (João 10:10).
Deus quer que você usufrua de seus dons, quer vê-lo produtivo, feliz e realizado em todos os sentidos. Ele quer vê-lo como uma árvore frondosa, linda, plantada perto de ribeiros de águas, cujas folhas não caem, dando seus frutos e sua sombra na estação própria. Que tudo que você venha a fazer possa prosperar (Salmo 1º).
Não importa se você caiu ou encontra-se abatido, se desprezou seus dons e talentos naturais em troca de vícios e enganos. Deus pode e quer fazer de você um vencedor! 


domingo, 23 de outubro de 2011


Não existe diferença entre o rico e pobre porque foi o Senhor Deus quem fez os Dois”. (Provérbios cap.22, versículo 2. Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

   É curioso vermos como Deus faz a coisas para que possamos comprovar a certeza e eficácia de seus ensinamentos. Um desses acontecimentos ocorreu justamente em 1936. Naquela época, não muito diferente dos dias de hoje, existiam vários grupos preconceituosos que costumavam diferenciar o tratamento das pessoas de acordo com a cor de sua pele e sua origem.
   Durante os Jogos Olímpicos, no verão de 1936, essa realidade mais uma vez se mostrava, porém muito mais visível e agressiva aos olhos de todos. Muitos naquele tempo defendiam a pseudociência de que o gênero humano poderia ser dividido em raças superiores e inferiores. Chegando a culminar com o divulgado “mito da superioridade da raça ariana”, defendido pela Alemanha nazista e inculcado na cabeça de uma nação inteira por Adolf Hitler.
    Logo, não haveria melhor propaganda do que os Jogos Olímpicos, realizados naquela oportunidade na própria Alemanha. Era visível o esforço e as intenções do regime nazista em difundir suas convicções e ideais de segregação e de superioridade frente às demais delegações e atletas. Vencer os Jogos Olímpicos não era apenas um objetivo esportivo, era a verdadeira disputa do bem contra o mal. Da idéia do mais forte, mais alto e mais rápido, independente da sua origem ou nação, contra as idéias da eugenia e do conceito de que haveriam seres humanos superiores e inferiores. Como costumo dizer, são nessas horas críticas, que mesmo sem nos darmos conta Deus se mostra pelas circunstâncias e pelos acontecimentos.
     Coube a um atleta negro, neto de escravos e filho de agricultores, o qual era discriminado em seu próprio país, ensinar ao mundo que Deus nos fez iguais, independente da cor da pele, do lugar de nascimento, da língua materna ou da religião professada. O nome desse atleta era James Cleveland Owens, simplesmente chamado de Jesse Owens.
      Esse rapaz, vindo do interior dos Estados Unidos, contra todas as perspectivas e o favoritismo dos atletas brancos, ganhou quatro medalhas de ouro, tornando-se o maior medalhista olímpico até aquela época. Seu recorde de medalhas olímpicas somente seria igualado em 1984 por Carl Lewis. Owens venceu as provas dos 100 metros rasos, 200 metros rasos, 4 por 100 metros e salto em distância. Na prova dos 100 metros rasos, a mais significativa e veloz do atletismo, a expectativa era tão grande, que todo o estádio olímpico de Berlim aplaudiu a vitória do jovem negro vencendo Lutz Long, atleta alemão e franco favorito a vencer a disputa.
      O que Deus faz é bom e seus feitos nos dão sabedoria (Salmo, 19:7). Muitos poderiam dizer que o maior feito de Jesse Owens teria sido a vitória nas olimpíadas de 1936, desbancando o mito da existência de raças superiores e inferiores. Mas não. A maior vitória desse norte americano, neto de escravos, foi abalar a estrutura social racista que existia em seu próprio país, pois ao retornar aos Estados Unidos como um campeão olímpico, esse atleta fabuloso não foi reconhecido pelas autoridades. Em sua biografia oficial Jesse Owens escreveu que o que mais lhe magoou não foi ter sofrido o preconceito e a discriminação de Hitler e o mito de superioridade da raça ariana, mas o fato do presidente americano Fraklim Delano Roosevelt não ter lhe mandado sequer um telegrama felicitando-o por suas conquistas na olimpíada.
      Mas o feito de Owens não foi esquecido por Deus, muito menos apagado da memória das pessoas. Tempos depois, em 1976, esse brilhante atleta recebeu das mãos do presidente Gerald Ford mais uma medalha, dessa feita a medalha presidencial da liberdade. Reconhecendo a realização e o trabalho desse atleta em favor do esporte e da luta pela igualdade dos direitos civis entre as pessoas em sua nação.
      Jesse Owens morreu em 31 de março de 1980, em Tucson no estado do Arizona. O presidente Jimmy Carter ao saber de sua morte afirmou: “Talvez nenhum atleta melhor simbolizou a luta humana contra a tirania, a pobreza e o preconceito racial.” Em 1990, o presidente George Bush concedeu postumamente a Owens a mais alta condecoração de seu país, a medalha de honra do congresso dos Estados Unidos. Fazendo da vida desse jovem negro, filho de agricultores e neto de escravos, vindo do interior de seu pais, um exemplo vivo daquilo que Deus nos ensinou, de que fomos criados iguais, não existindo diferença em razão da cor de nossa pele, nossa origem ou nossa condição social.